segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

funeral ( 2)

Quanto custa um funeral à família?

Procurando conhecer o custo de um funeral para uma família moçambicana, depois de uma busca na internet, obtive uma informação mais vasta: o custo comparativo do funeral em alguns países da sadc. Sempre ajuda saber um pouco mais.

África do Sul

Um estudo, feito em 2004, pelo Programa Conjunto de Economia, Sida e Pobreza (Jeapp, sigla em inglês), da Universidade de KwaZulu-Natal (UKZN), na cidade de portuária de Durban, na África do Sul, descobriu que para os cidadãos sul-africanos custava quase sete vezes mais para enterrar uma pessoa do que para cuidar de um parente seropositivo. Algumas famílias afetadas pela sida gastam até 30 vezes mais em funerais do que em cuidados com a saúde. O custo médio de uma cerimônia fúnebre tradicional gira em torno dos US$ 4,9 mil na África do Sul, segundo o Jeapp. A renda média anual das famílias é estimada em US$ 3,63 mil, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). Os custos do funeral incluem o pagamento à empresa funerária, de aproximadamente US$ 325, além de gastos adicionais que vão desde a limpeza do corpo e outros rituais, até vestimenta, anúncios do enterro em rádios e jornais, animais para sacrifícios e alimentos e transporte para os parentes.

Swazilândia
os suazis gastam até US$ 980 em cerimônias fúnebres, embora estime-se que dois terços da população viva abaixo da linha de pobreza, com menos de um dólar por dia (segundo o Fundo Monetário Internacional).

Moçambique
Os pesquisadores do Departamento de Sociologia da Universidade Eduardo Mondlane, em Maputo, capital do país, demonstraram que um funeral custa, no mínimo, US$ 300, enquanto mais da metade da população vive abaixo da linha de pobreza. Centenas de dólares mais podem ser gastos em alimentos e flores para as visitas ao cemitério.

Botswana

Não é raro uma família gastar entre US$ 740 e US$ 920 num serviço fúnebre, enquanto o salário mensal médio de um trabalhador equivale a US$ 55.

NB:
Não percamos de vista o nosso exercício. Descontando o custo aqui apresentado, qual é o peso económico que tem a) as ausências ao serviço/escola dos que participam no funeral? b) ao Estado ( patrão) o uso dos seus meios ( viaturas, anúncios necrológicos) no funeral?

1 comentário:

amosse macamo disse...

Esta de custo mínimo do funeral, faz-me lembrar uma história que nunca me esqueço:vi um carro a apodrecer na esquadra, porque a viúva, a recusava receber, isto porque a fazia lembrar o falecido(marido que morreu no acidente de viação)
No entanto, a viatura, tinha sofrido menos, ou quase…pensei cá comigo, que aquela senhora, seguidamente, iria enterrar as roupas do marido e todos os seus pertencentes, como se ousava fazer e continuam alguns, em Gaza, como forma de eliminar todos os vestígios que lembrassem o finado, pudera!
Ora, quando o chefe da família desaparece, leva também com ele e no caso de grosso das famílias moçambicanas, o mínimo de garante de sobrevivência.
No caso desta mulher, tinha a viatura para tocar a vida em frente e veja-se a sua decisão.

No caso de morte de algumas figuras ditas “públicas” assistimos um verdadeiro espectáculo de falta de contenção de custos; é que tem sido normal, num mesmo ministério por exemplo, o Ministro, Vice, Secretario Permanente, expressarem sua mensagem de condolências na necrologia separadamente, isto é, numa mesma instituição, saírem 4 a 6 mensagens de condolências de diferentes pessoas, quando a coisa, podia ser feita a nível do Ministério ou do Ministro e seu staff.
Amigo Ndapassoa, levantas uma questão fundamental, para as nossas já debilitadas economias domésticas, uma questão que deve ser discutida com todo frontalismo, pois, os chás com todos que se tomam em funerais, s’o servem muitas vezes, para fragilizar mais….hei, falei muito…..