domingo, 12 de outubro de 2008

VIVA MAMBAS


Com a vitória conseguida ontem em Gaberone ( 0-1), os mambas ( nossa selecção nacional de futebol) ficam mais próximos de se qualificarem para o CAN e mundial de 2010. Tudo depende agora de jogo de aritiméticas.


Não estive na cidade de Maputo para testemunhar como o jogo foi acompanhado e festejada a vitória. Mas dizem-me que em alguns bairros periféricos houve alguma animação, com direito a buzinadelas e tudo o mais. Esta manhã, pude constatar que o número de bandeiras içadas (nos chapas,no xiquelene e na rua da Beira, próximo do aeroporto) continuava alto. E muitos jovens vestiam camisetes vermelhas- cor das camisetes do equipamento oficial dos mambas- ( com ou sem símbolos nacionais).


Sobre esta forma de os da periferia darem visibilidade ao apoio aos mambas ( património emocional nacional) tenho as seguintes perguntas:


a) partindo do princípio de que o residentes na cidade de cimento também ficaram felizes com o resultado do jogo, como é que o exteriorizaram?

b)caso tenham sido mais "modestos" ou " discretos" o que estará na base desse comportamento menos "visível"?

c) caso os residentes da cidade não o tenham feito desta vez, porque razão, quando equipas portuguesas, por exemplo, incluindo a própria selecção, jogam, registam-se na cidade passeatas, visionamentos colectivos em locais públicos ( restautantes, etc)?

d) que relação podemos estabelecer entre a forma como a periferia constroi e exterioriza o seu sentimento pelos bens emocionais nacionais ( vitória da selecção nacional) e o exercício da cidadania ( o 5 de Fevereiro, por exemplo)?

e) se se concluir que a periferia tende a denuciar e afirmar a sua exclusão através de uma maior vigilânicia e maior capacidade de mobilização e exteriorização de sentimentos de cidadania, o posicionamento historicamente verificável de afirmação ( através da flagelação do PODER) da cidadania da Beira e Beirenses é causado por um sentimento similar de periferia?

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